domingo, 7 de novembro de 2010

O discurso vigarista da canalha que lucra ao jogar o Brasil contra o Brasil. Ou: Os “fascistas do bem” estão assanhados!

Por Reinaldo Azevedo, do Portal Veja: 


É vergonhoso o que certos setores da imprensa vêm fazendo no caso da jovem Mayara, que postou mensagens absurdas no Twitter, contra os nordestinos. Atenção! Não estou dizendo que ela não deva RESPONDER PELO QUE FEZ (e não por aquilo que NÃO FEZ ), mas há um limite para as coisas. As penas têm de ser proporcionais aos delitos. É um princípio da civilização que não pode ser esmagado pelos “civilizados”. A imprensa politicamente correta está exibindo seu lado sensacionalista. Lembra aqueles senhores que ocupam as tardes nas TVs com programas policiais, exibindo, aos berros, as suas soluções simples e erradas para problemas difíceis. A palavra de ordem parece ser esta: “Já que ela escreveu aquelas barbaridades, então vamos linchá-la; destruí-la”. Ou ainda: “Descobrimos que ela é muito má; a Justiça é lenta; vamos resolver nós mesmos esse problema e condená-la”. O espírito que anima essa sede de punição e reparação é fascistóide. Os fascistas do bem estão na Internet e nos jornais, magnificando o que não tem importância e tentando despertar forças que, uma vez libertas, dificilmente voltam para a caixa.

Mayara, uma paulista, escreveu coisas inaceitáveis sobre “nordestinos”? Por certo! Ela é a única? Não é! Nordestinos, mineiros, sulistas etc. escrevem coisas  inaceitáveis sobre paulistas? O tempo inteiro! Uma simples pesquisa na rede vai revelá-lo. O ressentimento contra São Paulo é tão grande quanto escandalosamente injusto. Injusto, aliás, é o ressentimento contra qualquer região. Mas São Paulo está proibido de posar de vítima porque não pega bem. Afinal, o estado mais rico da federação — e fica parecendo que assim é porque roubou isso de alguém… — tem de agüentar calado as suas supostas culpas. Mas o que digo eu? “São Paulo” como ente só existe na boca dos que têm a pretensão ser seus inimigos! Uma das coisas que me agradam neste estado, ou nesta capital, é precisamente isto: ser paulista ou paulistano não quer dizer nada em especial. Não somos conhecidos por nossa esperteza silenciosa, por nosso charme adoravelmente malandro, por nossa sensualidade à flor da pele, por nosso espírito nativista, por nosso amor às lendas da floresta… Felizmente, ser paulista ou paulistano, ou morar por aqui, permite que a gente NÃO SEJA COISA NENHUMA! E aos não-paulistas informo: nem levem muito a sério esse negócio de que somos trabalhadores incansáveis. Há muitos vagabundos por aqui, como em toda parte.

Diziam-me mineiros no começo da corrida presidencial: “Esquece, Reinaldo! A esmagadora maioria deste estado não vai votar em Serra porque se consolidou a idéia de que ele tomou o lugar de um mineiro”. E cansamos de ler a respeito desse nobre sentimento na imprensa, sem que alguém se lembrasse dizer: “Epa! Que história é essa?” Agora imaginem se detectassem tal sentimento em São Paulo. Logo escreveriam um tratado sobre a arrogância dos paulistas ou sei lá o quê. O sentimento antipaulista é a versão local do recalque que degenera no antiamericanismo. Em certas áreas do país, querem tratar os paulistas como o “eles”, categoria que estaria em oposição ao “nós”. O caso Mayara trouxe esse sentimento à tona. Assim como existem antiamericanos dentro dos EUA, existem antipaulistas em São Paulo: parte da imprensa daqui não está sendo menos bucéfala do que a imprensa de acolá.

Mentiras

É simplesmente mentira que exista na maior cidade nordestina do Brasil — sim, leitor, há mais nordestinos em São Paulo do que em Salvador, a maior capital do Nordeste — um sentimento antinordestino.  O pernambucano Lula fez a sua carreira em São Paulo. A paraibana Luíza Erundina foi prefeita da capital do Estado. Uso exemplos da política porque é nessa área que esse tipo de sentimento se exacerba. Conheço algumas capitais do Nordeste. Não o suficiente para escrever tratados ou ser peremptório a respeito de algumas coisas. Mas já fui a restaurantes populares e a restaurantes chiques da Bahia, por exemplo, onde se tem, talvez (a conferir), o maior percentual de população negra do país. E, claro, já fiz isso dezenas de vezes em São Paulo, onde o percentual de negros é muito menor. A nenhum observador honesto escapará uma evidência: é muito mais freqüente a presença de negros nos ambientes refinados de São Paulo do que nos de Salvador ou do Recife.

O país tem de aprender a equacionar as suas diferenças. E vem fazendo isso, ora acertando, ora errando, não vou entrar nesse mérito agora. Mas não venham tentar dar aula de civilidade tolerância a São Paulo os que não combatem no próprio solo as escandalosas desigualdades e os preconceitos os mais evidentes. QUEM DECIDE FAZER GUERRA REGIONAL ESTÁ SENTANDO EM CIMA DO PRÓPRIO RABO PARA TENTAR DENUNCIAR O ALHEIO. Seria mesmo maior o preconceito que os “paulistas”, como se existisse essa categoria!, têm contra os  nordestinos do que o que aquele que ALGUNS NORDESTINOS ricos têm contra os nordestinos pobres no próprio Nordeste? Ora, tenham paciência!

O que leva um jornal como o “Correio”, da Bahia, a publicar na primeira página a foto da autora das mensagens infelizes com o título “A paulista”? Será esse jornal tão zeloso em combater as injustiças existentes no próprio estado como é em tentar promover uma guerra contra São Paulo em nome da… justiça? Admitir-se-ia que um jornal paulista publicasse a foto de um criminoso qualquer nascido na Bahia como o “O baiano”? É claro que não! E não creio que isso devesse ser tolerado. O Ministério Público certamente entraria em ação.  Já São Paulo pode suportar muito bem uma carga de preconceito se o objetivo nobre é… combater o preconceito!

Ciclo de violência

Coisas inacreditáveis estão em curso. É de estarrecer uma reportagem da Folha neste sábado. Ficamos sabendo que a moça é filha de um relacionamento extraconjugal do pai, Antonino Petruso. Leiam:
“O empresário Antonino criticou a declaração de sua filha -fruto de um caso extraconjugal no fim dos anos 80 -, que, segundo ele, causou efeito colateral indesejado para toda a família. ‘Tenho raiva de quem faz preconceito, seja amarelo, branco, azul, pobre. Se ela [Mayara] realmente escreveu aquilo, vai ter que pagar.’”

É espantoso! É assustador. Ele próprio expõe a sua vida privada e a da garota, como se a condição de “filha fora do casamento” tornasse menores seus vínculos com a  jovem, tomada, no contexto, como agente de um desequilíbrio familiar. Ironicamente, sua empresa se chama “Supermercado do Papai”. O supermercado é do papai! O papai revela ainda que a relação com a filha não é boa; não quer que as opiniões dela sejam confundidas com as da família — talvez quisesse dizer “a verdadeira família”.

Não sei que punição a Justiça vai aplicar a essa moça — até porque será preciso muita licença jurídica para provar que ela praticou racismo, como sabe qualquer advogado medianamente informado. Mas há como ela ser punida mais do que está sendo? Se não conseguir mudar de nome, as suas mensagens no Twitter a terão destruído para sempre. Quantos milhares já fizeram a mesma coisa, não porque sejam militantes racistas, mas porque estão mal informados, pensam errado, reproduzem tolices que ouvem de outros? E os nordestinos os únicos agredidos.

A coisa agora segue no ritmo do horror, do pega-pra-capar. Já que ela foi estúpida o bastante para escrever aquilo, pode ter a imagem estampada na capa de um jornal da Bahia como “a paulista”. Já que escreveu aquilo, pode ser demonizada pelo pai, que a trata como uma bastarda, agente de dissabores familiares e ovelha desgarrada, que não reproduz os valores da família — ele, na verdade, tem “raiva” de gente assim. Já que escreveu aquilo, ela não terá direito a um julgamento justo. Afinal, os nossos irmãos nordestinos merecem um desagravo — nem que seja o linchamento.

Por isso recomendei aqui o filme a O Último Jantar (The Last Supper), de Stacy Title, cuja boa tradução em português seria “A Última Ceia”, já que o filme, por metáfora, evoca um ritual religioso. Não deixem de ver! Por acidente, um grupo de jovens bem-informados, politicamente corretos, muito sábios, acaba tendo de enfrentar a fúria de um fascistóide. Um deles mata o bandidaço. Eles se dão conta, então, de que o mundo não ficou pior com aquela morte. Como não ficaria pior se morressem o pastor homofóbico, o xenófobo, a puritana… Então decidem agir para tornar o “mundo melhor”.  Vejam as conseqüências . Trata-se de um debate formidável sobre o bem, o mal, a tolerância e os tribunais de exceção.

Não são melhores

Não são melhores do que Mayara os que promovem uma guerra entre regiões, os que a tomam como representante de alguma corrente influente em São Paulo e os que a lincham moralmente, não poupando nem mesmo detalhes de sua  vida privada, que nada têm a ver com a besteira que escreveu. Na verdade, são piores. Mayara é só uma moça que disse uma estupidez. O “Correio”, da Bahia, é um jornal que tem responsabilidades de apelo coletivo. Se a jovem viola um princípio constitucional ao escrever o que escreveu, o mesmo fez o jornal baiano. E cadê a OAB para acioná-lo? Cadê o Ministério Público Federal para propor uma investigação? E a Folha? Provem que as informações sobre a vida privada da garota servem a algum outra coisa que não à fofoca e à expiação.

Arremato

Indivíduos dizem bobagens o tempo inteiro. Há uma diferença entre dizê-las e se organizar para pôr em prática as sandices que eventualmente escrevem nas redes sociais. A punição tem de ser proporcional ao crime. E tem de ser aplicada pela Justiça, não por um pelotão de fuzilamento moral ou por aproveitadores interessados em faturar com a guerra regional, que tenta opor o Brasil ao Brasil.

Quem inventou esse país cindido tem um projeto político e dele extrai os melhores resultados para si e para o seu grupo. No dia 27 de março de 2008, durante um discurso em Pernambuco, Lula cobriu de elogios Severino Cavalcanti (PP-PE), ex-presidente da Câmara, afirmando que ele fora derrubado do posto por causa do “preconceito das elites paulistas e do Paraná”. Essa “guerra” tem servido unicamente aos propósitos daqueles que lucram politicamente com o confronto entre Nordeste e São Paulo, entre ricos e pobres, entre brancos e negros…

Poderia, e agora para encerrar mesmo, haver manifestação mais clara do uso vigarista dessas falsas clivagens do que o discurso que Lula fez na sexta-feira? Segundo ele, a sua eleição e a da “companheira Dilma” significaram a superação de preconceitos.  E ele disse isso num pronunciamento oficial! Ora, então a eventual derrota de ambos teria significado o contrário. Logo, a única maneira de a gente demonstrar que ama o Brasil unido é alinhando-se com o PT. As falas de Mayara pertencem a Mayara, o indivíduo. O rumo que tomou essa irrelevância tem de ser pensado à luz da cultura política que está sendo alimentada pelo poder. Em muitos aspectos, Mayara também é vítima de uma ação política deliberada para dividir o país. E há um monte de jornalista tonto ou mau-caráter fazendo o servicinho para o PT. Como sempre.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A morte e a morte. Ou: Quem merece mais trato

O Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, não  cansa de repetir as seguintes palavras: "...Estamos em quadra de abandono a princípios, de perda de parâmetros, de inversão de valores, de escândalos de toda ordem...". Essas palavras são quase diariamente proferidas nas sessões plenárias do Supremo. 

Eu invoco as presentes palavras, para questionar o tratamento dado pelo Presidente da República para às mortes de duas grandes figuras. Ontem, de Senador da República, e hoje, de Ex-Presidente da Argentina.

Ontem morreu o Senador da república, Romeu Tuma. Figura polêmica no cenário político, mas respeitado pela maioria daqueles que o compõem. Tuma, nunca deixou de atuar como um policial contra o aumento da violência. "Uma Senador cordial e delicado" disse uma Senadora do PT em respeito ao seu falecimento.

Hoje, morreu o Ex-presidente da Argentina, Nestor Kirchner. Político da grande influência daquele país, elegeu a mulher, Cristina Kirchner, como sua sucessora.  Pretendia ele, no entanto, voltar ao poder nas próximas eleições majoritárias.

Tuma, no entanto, prendeu o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, na ditadura militar. Como Lula mesmo rememora, o Senador foi muito humano com ele, liberando-o para visitar a mãe durante à noite - fato incomum na ditadura -, além de permitir que o sindicalista fosse ao enterro de sua ente querida. Entenda-se, descumprindo ordens dos seus chefes da época.

Nestor, não tinha entreveros com Lula. Ao contrário, compartilhava com os mesmos pensamentos do Ex-Presidente. Para o Presidente brasileiro, Kirchner era um "companheiro" que fortalecia a esquerda e a "união dos povos" na América do sul.

Pois bem, o chefe da nação brasileira, mistura sua vida privada com o seu cargo institucional mais uma vez. À Tuma, emite uma pequena nota em que lamenta a sua morte. À Nestor, decreta 3 dias de luto. Que valores são esses meu Deus do céu? E mais, não teve sequer a compostura de ir ao seu enterro já que tinha que comemorar o seu aniversário e promover a sua candidata à presidência.

Luto oficial significa que em todos os locais públicos a bandeira nacional será hasteada a meio mastro entre outros atos oficiais dignificados pela NAÇÃO BRASILEIRA. Para o presidente da nação, por uma razão pessoal, um Senador da república brasileira não merece tal dignidade. Já um Ex-Presidente de um país merece. Por questões pessoais é claro.


Critico muito Lula pela sua atitude institucional. Não se trata de uma crítica vazia e simplesmente envolvida de emoção. Não tenho qualquer preconceito em minha vida. O critico pelos fatos. Ele ter 1000% de popularidade simplesmente não me interessa. O fato é que ele não tem uma atitude institucional. De Presidente. Acha que o seu cargo tem "horário de expediente", que pode "eliminar inimigos", dizer mentiras à nação a torto e à direita. Aliás, esse nível de popularidade, é comum a outros Presidentes companheiros, tal como Hugo Chávez e Fidel Castro.


A inversão de valores que cita Marco Aurélio se dá nesses pequenos detalhes que vão passando desapercebidos pelos cidadãos. A história, no entanto, fará questão de contar esses detalhes. Quem está no meio do processo não tem tempo para se preocupar com isso. A cultura brasileira, infelizmente, não dá o devido valor a este tipo de atitude.


A morte? A morte é lamentável para os dois lados e famílias. Inevitável e única certeza da vida. Ao contrário do Presidente, decreto aqui luto oficial do Blog a um Senador. 

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ciro Gomes fala sobre o vice de Dilma

Ciro têm alguns defeitos, talvez o excesso de sinceridade seja um deles. Vejam:

A difícil missão de Dilma Rousseff

Por Arnaldo Jabor, no Estadão:



"Dilma faz isso, Dilma faz aquilo... Dilma, corta o cabelo! Dilma se maquia mais rosadinha! Dilma você está sem emoção, tem de passar mais verdade... Dilma, seu sorriso não está sincero... Dilma isso, Dilma aquilo..."

(Coitada da pobre senhora que, canhestramente, segue as ordens do patrão e dos petistas que a usam para ficar eternamente em seus buraquinhos ou para realizar o que seria a torta caricatura de um vago socialismo, que não passa de uma reles aliança com a banda podre do PMDB.)

"Dilma, não fale nada de novo sobre aborto que você já deu uma entrevista na TV e agora não adianta desmentir. Dilma, ajoelha, isso, sei que está cansada, mas ajoelha e faz cara de religiosa devota de Nossa Senhora Aparecida; Dilma, eu sei que você é ateia, que para você a religião é o ópio do povo, mas, dane-se, ajoelha e reza, mas não fica com a cara muito em êxtase feito uma madre Teresa de Calcutá, não, que eles desconfiam. Dilma, levanta e vai confessar e comungar, mas não conte tudo ao padre, não, porque esses padres de hoje não são confiáveis e podem fazer panfletos. Dilma isso, Dilma aquilo!... Sei que foi duro para você, bichinha, ser preterida pela Marina, tão magrinha, uma top model do seringal , sabemos de tudo que você tem sofrido, mas você é uma revolucionária e tem de aguentar as intempéries para garantir os empregos de tantos militantes que invadiram esse Estado burguês para "revolucionar" por dentro. Viu, Dilma? Feito ensinou aquele cara italiano, que os comunas vivem falando, o tal de Gramsci... só que nosso Gramsci é o Dirceu.... ah ah... Você tem de esquentar minha cadeira ate 2014, pois você acha que vou ficar de pijama em São Bernardo?"

Aí, chegam os marqueteiros, escondendo sua depressão, pois o segundo turno não estava em seus planos de tomada do poder:

"Dilma, companheira, esculacha bem o FHC e o Serra , pois você pode inventar os números que quiser, porque ninguém confere. Diz aí que nós tiramos 28 milhões de brasileiros da miséria! Claro que é mentira, pô, mas diz e esconde que foi o governo do FHC que inventou o Bolsa Família e negue com todas as forças se disserem que o Plano Real tirou 30 milhões da faixa de pobreza, quando acabou com a inflação. Esqueça no fundo de tua mente que a inflação só ameaçou o Plano Real quando Lula barbudo ia vencer... Mas, quando o Duda escreveu a cartinha do Lulinha "paz e amor", a inflação voltou ao normal.

Dilma, você tem de negar em todos os debates que o PT tentou impedir o Plano Real no STF, assim como não assinou a Constituição de 88 para não compactuar com o "Estado burguês"; todos têm de esquecer que fomos contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que demos força a todos os ladrões que pudemos para manter as alianças para nosso poder eterno, pois as ordens do companheiro Dirceu ("sim, doutor Dirceu, como está? Estamos ensinando aqui à dona Dilma suas recomendações...") eram: atacar tudo do governo FHC, mesmo as coisas inegavelmente boas. Dilma, afirme com fé e indignação que as "privatizações roubaram o patrimônio do povo", mesmo sabendo que a Vale, por exemplo, quando foi privatizada em 97 valia 8 bilhões de reais e que hoje vale 273 bilhões, que seu lucro era de 756 milhões e que agora é de 10 bilhões, que seus empregados eram 11 mil e que agora emprega 40.000. Mesmo sabendo que a Embraer entregava 4 jatos em 97 e que agora entrega 227, que a telefonia não existia na Telebrás e que agora quase todos os brasileiros têm celular. Não podemos divulgar, mas a telefonia privatizada aumentou o número de telefones em 2.500 por cento... Isso. Mas, não diga nada... Pode citar número quanto quiser que ninguém confere... diga que os municípios têm saneamento básico, quando metade deles não tem esgoto nem água tratada, depois de nossos oito anos no poder... Pode dizer o que quiser. Viu o belo exemplo do Gabrielli, que ousou dizer que o FHC queria que a Petrobras morresse de inanição e que o Zylberstajn era a favor da privatização do pré-sal"? Ninguém contesta, mesmo sendo publicado o que FHC escreveu na época, dizendo que "nunca privatizaria a Petrobras". Diga sempre que a culpa é das "elite", que o povão do Bolsa acredita... Dilma, faz isso, faz aquilo... Dilma, sobe no palanque, desce do palanque..."

(Eu acho que Dilma é uma vítima. Uma "tarefeira" do narcisismo de Lula. Agora que Dilma não tem mais certeza de que vai vencer, seu semblante é repassado por uma vaga inquietude. Gente autoritária odeia dúvidas, porque a dúvida não é "de esquerda"; a dúvida é coisa de pequenos burgueses - como dizia Marx: "Pequeno burguês é a contradição encarnada." Lula também odeia dúvidas...Ele fica retumbante quando vitorioso, mas sua cara muda com fracassos. Lembram do seu pior momento, quando explodiu o mensalão?

Agora Lula está deprimido de novo, o PMDB está angustiado, querendo trair, como mostra a cara do candidato a vice-presidente, o mordomo inglês de filme de terror... Lula teme a derrota, como se caísse de volta na linha de pobreza que ele diz que interrompeu. Talvez no fundo, Dilma tema a própria vitória, porque terá de aguentar o PMDB exigindo coisas, Força Sindical, CUT, ladrões absolvidos, renunciados, cassados, novos corruptos no poder, novas Erenices, terá de receber ordens do comissário do povo Dirceu, terá de beijar e gostar do Sarney, Renan, Collor, seus aliados. Vai ter de beijar com delícia o Armadinejad, o beiçudo leão de chácara Chávez, o cocaleiro Evo, com o MST enfiando bonés em sua cabeça, vai ter de aturar as roubalheiras revolucionárias dos fundos de pensão que já mandaram para o Exterior bilhões em contas secretas.

Coitada da Dilma - sendo empurrada com a resignação militante, para cumprir ordens, tarefas, como os militantes rasos que pichavam muros ou distribuíam panfletos. Dilma às vezes dá a impressão de que não quer governar... Ela quer sossego, mas não deixam...

Como é que fazem isso com uma senhora?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Gilmar Mendes é roubado durante caminhada no CE

Da Agência Estado, no G1:



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes foi roubado por cinco homens ontem no calçadão da Avenida Beira-Mar, em Fortaleza. Mendes caminhava sem a companhia de seus seguranças quando foi abordado. Os ladrões levaram o cordão de ouro que o ministro usava. O local, próximo ao Náutico Atlético Clube, é o mesmo onde ele sofreu uma tentativa de assalto em 2008, quando dois homens tentaram levar também um cordão de ouro.

No primeiro episódio, os seguranças impediram que o cordão fosse roubado e prenderam Jéfferson Hermínio Coelho Monteiro, que na época tinha 18 anos e, apesar de não ter antecedentes criminais, não obteve habeas-corpus para responder o processo em liberdade. Em 2008, o ministro sofreu um arranhão no pescoço. Desta vez, os bandidos conseguiram fugir com o cordão sem que Mendes sofresse algum ferimento.

Mesmo com policiamento e câmeras de vigilância, a Avenida Beira-Mar - principal cartão postal da capital cearense - é um conhecido ponto de atuação de criminosos que aproveitam o intenso tráfego de pessoas no calçadão para roubar turistas. Gilmar Mendes passou o feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida descansando em Fortaleza, onde a mulher dele tem família.

Tudo que sou contra. Ou: uma fala de José Dirceu

Como disse Diogo Mainardi, o problema não é o excesso de liberdade imprensa, e sim o excesso de liberdade de José Dirceu. 

Este já deveria estar preso a muito não fossem as medidas protelatórias adotadas na ação penal 470 que tramita no Supremo: O escândalo do "mensalão". 

Vejam abaixo o que diz Lucia Hippólito, na CBN:

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A mistificação dos eleitores de Marina Silva


"São eleitores conscientes", "Eles são donos de seus votos", "O eleitor de Marina pensa antes de escolher". Essas foram algumas das afirmações feitas por jornalistas nos últimos dias. Eu não concordo com nenhuma delas. Não que Marina não tenha eleitores qualificados, mas porque o simples fato deles serem a favor de um mundo sustentável, não os coloca em um patamar acima dos demais.

Parece-me um tanto quanto óbvio. Eleitor consciente é aquele que analisa friamente cada voto, e não aquele que é "verde", do PV e defende um mundo sustentável. Difícil mesmo é encontrar alguém que queira destruir o planeta e defenda um mundo "insustentável(?)", isso sim. 

Prova de que eleitor de Marina não é diferente dos demais é o resultado em Brasília. A Capital Federal, única unidade da federação em que a candidata do PV venceu, é a que mais teve candidatos que renunciaram ao Senado.

Luiz Estevão, Joaquim Roriz e José Roberto Arruda foram senadores eleitos pelo Distrito Federal. O primeiro renunciou porque foi acusado pelo MPF de desvio de dinheiro público junto com Juiz "lalau". O segundo, atualmente barrado pela lei "ficha limpa", foi pego negociando uma bezerra de dois milhões de reais com o Presidente do BRB. O terceiro mentiu na tribuna do Senado, depois chorou por ter mentido, renunciou. Como gratidão, os eleitores do DF o elegeu governador. Foi o primeiro chefe do executivo a ser preso. Ameaçado de Impeachment, renunciou mais uma vez.

Como se pode ver, Brasília não é nenhum parâmetro de consciência política, muito pelo contrário. Marina Silva venceu em Brasília. Já no Acre, seu berço político, ela não venceu.

Não sou contra as idéias de Marina, somente acho que ela ainda está verde demais para ser Presidente. E ela sabe disso, lançou-se ao planalto esse ano projetando vencer em 2014 ou 2018. Planejamento de longo prazo vale também para candidato a presidente e, repito, Marina sabe disso.

Sou contra este tipo de mistificação, que só serve para encher o ego e vender jornal. Os eleitores inconscientes de Marina são iguais aos eleitores inconscientes de Dilma e Serra. 

Dilma (ou quem a assessora) delira, afirma Ex-Diretor da ANP

Da Agência Estado, em 12/10:



O economista e ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) David Zylbersztajn divulgou nesta terça-feira uma nota de "esclarecimento público" sobre as afirmações da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, na noite de domingo, no primeiro debate do segundo turno da campanha eleitoral promovido pela TV Bandeirantes.

Dilma levantou a suspeita de que o candidato adversário, o tucano José Serra, queria "privatizar o pré-sal". Ela citou declarações de Zylbersztajn feitas durante seminário da revista Exame, no Rio, em setembro passado. A seguir, a nota do economista:

ESCLARECIMENTO PÚBLICO

"Durante o debate da Rede Bandeirantes, ocorrido no último domingo, dia 10, a candidata do Partido dos Trabalhadores, sra. Dilma Rousseff referiu-se a mim de forma inverídica e tendenciosa, induzindo, deliberadamente, o eleitor ao erro.

A mesma afirmação tem sido repetida nos programas eleitorais.

Em primeiro lugar refere-se a mim como assessor do candidato do PSDB, José Serra. Devo esclarecer que não sou, nem nunca fui assessor do candidato.

Mais grave, afirma que declarei ser a favor da privatização do pré-sal ! A candidata (ou quem a assessora) delira, talvez motivada por assombrações que lhe assomam, vendo uma privatização a cada esquina.

As declarações recentes sobre o assunto (e que encontram-se devidamente registradas em áudio e vídeo) foram dadas em seminário realizado pela Revista EXAME, no Rio de Janeiro, há cerca de uma semana.

Na qualidade de expositor, defendi a manutenção do atual sistema de concessões também para as futuras licitações, sejam elas no pré-sal, ou fora dele.

As áreas do pré-sal, contém, como seria de se esperar, petróleo e gás, os mesmos existentes nas áreas fora do pré-sal.

O modelo de partilha proposto, na minha opinião, é danoso aos interesses do país, por motivos diversos, que não cabem explicar em detalhes neste momento.

O pior deles refere-se à criação de uma estatal para comprar e vender petróleo. Além do mais, a proposta é danosa à Petrobras, que, queira ou não, será obrigada a participar de todos os campos do pré-sal, seja isto de seu interesse, ou não.

Por fim, nunca é demais lembrar que o exitoso modelo de concessões foi implantado a partir da Lei do Petróleo, a partir de 1999. Durante o governo FHC foram realizados 4 leilões sob este regime (num dos quais foram licitadas as áreas do pré-sal). No governo do PT foram 6. Ou seja, se este é um modelo privatizante, foi aplicado de forma bem sucedida e permanente pelo governo do qual fazia parte a candidata Dilma, inclusive na qualidade de Ministra de Minas e Energia.

Por fim, este episódio faz-me lembrar de um trecho da introdução do "Crime do Padre Amaro", de Eça de Queirós, onde para uma situação semelhante, o autor afirmava tratar-se de "má fé cínica ou obtusidade córnea". Neste caso, suponho tratar-se de ambas.

Esta é a verdade.

David Zylbersztajn

Comento

E precisa? Dilma delira!

sábado, 9 de outubro de 2010

Por Cláudia Trevisan, no Estadão: 


A truculenta reação do governo chinês ao anúncio da entrega do Nobel da Paz a Liu Xiaobo acabou fortalecendo a premiação do dissidente, ao demonstrar que liberdade de informação e a ideia de uma sociedade civil independente do Estado são conceitos ausentes do dicionário das autoridades de Pequim.


Além de censurar informações sobre Liu e o prêmio na internet, jornais, rádios, TV e até mensagens de celular, a China ameaçou retaliar a Noruega em razão da entrega do prêmio, como se o governo do país tivesse poder de definir a quem ele será entregue. Isso certamente seria possível na China, onde a mão pesada do Estado _que se confunde com o Partido Comunista_ está presente em todos os setores da sociedade.

Não existe na China a ideia de uma sociedade civil independente, que pode tomar decisões que muitas vezes se contrapõem aos interesses do governo. Como o caso de Liu Xiaobo demonstra, o preço de desafiar o Partido Comunista pode ser alto.

O Estado chinês também tem uma presença tentacular na economia, com o controle das megaestatais que estão investindo bilhões de dólares no exterior, inclusive no Brasil. Essas mesmas empresas também compram bilhões de dólares de produtos de outros países, como aviões, máquinas e equipamentos de tecnologia.

Isso dá à China um enorme poder para usar a chantagem econômica em defesa de seus interesses políticos. Como informou o correspondente do Estado em Genebra, Jamil Chade, uma das “vítimas” da retaliação da China contra a Noruega pode ser a compra de 40% de um campo de petróleo no Brasil explorado pela estatal norueguesa Stateoil. O negócio de US$ 3 bilhões foi anunciado em maio pela estatal chinesa Sinochem. Agora, corre o risco de ser cancelado no pacote de reação ao Nobel.

Se isso realmente acontecer, a China deixará claro que está disposta a usar seu novo poderio econômico para impor aos demais países sua posição em relação a temas políticos que considera estratégicos, ainda que isso contrarie princípios que grande parte do restante do mundo preza.

Liu Xiaobo ganhou o Nobel da Paz em razão da pena de 11 anos de prisão que recebeu em 2009 por seu papel na elaboração da Carta 08, documento em favor da democratização do país. Divulgada em dezembro de 2008, a Carta defende eleições, pluralidade partidária, separação de Poderes, liberdade de imprensa e de expressão, império da lei, proteção da propriedade privada, liberdade de associação e de manifestação, liberdade religiosa e aprovação de uma nova Constituição. As propostas contrariam frontalmente o regime autoritário de partido único existente no país e, se aplicadas, implicariam necessariamente em seu fim. 


Além de direitos humanos, a lista de temas sensíveis para a China inclui Tibete, Taiwan, questões territoriais e a interferência em assuntos que considera “internos”. Pequim costuma reagir de maneira estridente quando vê seus interesses nessas áreas contrariados. Alguns países deixaram de dar vistos de entrada para o dalai lama em razão de pressão econômica da China, que considera o líder espiritual tibetano um separatista criminoso. 

Presidentes que decidem receber o dalai lama são ameaçados com o bordão de que isso irá afetar o relacionamento bilateral. Pequim sustenta que o assunto é uma questão interna da China e ignora o fato de que a definição da agenda de um presidente também é uma questão interna de outros países.

A disposição de Pequim de usar armas não-convencionais na disputa diplomática com outros países ficou clara no confronto recente com o Japão em torno da soberania sobre as ilhas Diaoyu/Senkaku, disputada pelos dois países.

Depois que o Japão prendeu o capitão de um navio pesqueiro na região, Pequim suspendeu contatos de alto nível com Tóquio e cancelou a visita de estudantes japoneses a Xangai e de turistas chineses ao Japão. Essas foram as medidas oficiais.

Extraoficialmente, a China suspendeu a exportação para o Japão de minerais raros, essenciais para a indústria de alta tecnologia e de energias limpas, o que contraria as regras da Organização Mundial do Comércio. A China detém um virtual monopólio do setor, com controle de 96% da produção mundial.

Pequim nega que a exportação tenha sido suspensa, mas pesquisa realizada por Tóquio entre importadores mostrou que todos os 31 entrevistados enfrentam problemas nas compras do produto desde 21 de setembro _no dia 19, promotores japoneses haviam anunciado a prorrogação da prisão do capitão.

No dia 20, quatro cidadãos japoneses foram presos na China sob a acusação de filmarem instalações militares. Três deles foram libertados no dia 30 de setembro, depois de terem admitido que violaram a legislação chinesa, segundo a agência oficial de notícias Xinhua. O quarto continua sob investigação.

O capitão chinês foi libertado no dia 25 de setembro.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O nobel da paz de 2010 é um defensor da liberdade

Da Agência Brasil, em Brasília:

O governo da China classificou nesta sexta (8/10) de “criminoso” o ativista de direitos humanos e dissidente Liu Xiaobo, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2010. Autoridades chinesas informaram ainda que as relações bilaterais com a Noruega - país que concede o prêmio - serão prejudicadas. O nome de Xiaobo foi anunciado hoje por volta das 6h (horário de Brasília), em Oslo, na Noruega.

As informações são da agência BBC Brasil. "Xiaobo é um criminoso que violou a lei chinesa", disse o porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Ma Zhaoxu. "O fato de o comitê dar o prêmio para tal pessoa também rebaixa o prêmio em si."

Em seguida, o porta-voz reiterou o relacionamento positivo mantido entre China e Noruega. "Nos últimos anos, a relação entre China e Noruega manteve franco desenvolvimento, o que contribui para os dois países e os dois povos", afirmou Zhaoxu. "O prêmio vai contra o princípio do Nobel da Paz e trará danos para as relações bilaterais entre China e Noruega".

O porta-voz acrescentou também que o desejo de Alfred Nobel - criador da premiação - era destacar a atuação de quem “promove a harmonia nacional e a amizade internacional". O vencedor do Prêmio Nobel da Paz 2010 está preso na China sob a acusação de incitação pública contra o governo.

Ao anunciar hoje o nome de Xiaobo, o presidente da Fundação Nobel, Thorbjoern Jagland, afirmou que o escolhido foi premiado por 20 anos de "luta longa e não violenta" pela democracia no seu país. O vencedor do Nobel foi preso durante uma manifestação, em 1989, na Praça da Paz Celestial, em Pequim, na qual estudantes e trabalhadores chineses exigiram reformas democráticas no país.

Após o anúncio, a organização de Direitos Humanos Anistia Internacional - vencedora do Nobel de 1977 - afirmou que a premiação "coloca em evidência as violações de direitos na China" e pediu ao governo chinês que liberte todos os prisioneiros políticos detidos no país.

Entre os defensores da indicação do dissidente para o prêmio, estavam o ex-presidente tcheco Vaclav Havel, que também ganhou o Nobel, e o líder espiritual tibetano Dalai Lama, considerado "subversivo" pelo governo chinês.

Comento

Eu não esperaria atitude diferente de um país autoritário e que viola aos olhos internacionais os direitos humanos. É contra esse tipo de gente que se tem que lutar. O triste é ver o mundo todo aplaudindo o "sucesso" chinês.

A China nada mais é do que uma ditadura que aprendeu como ganhar dinheiro utilizando-se do livre(?) mercado para faturar. As custas de quê? As custas do trabalho escravo implantado a anos no país e que a ONU e seu comitê de segurança nem sequer mencionam.

Só pra não perder o hábito. A China é um país socialista. Socialismo pra mim só dá certo assim, com ditadura. Estou me convencendo que com formigas ou baratas também possa dar certo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

LuLLa



FHC rasgou o que escreveu. E lula, não?

André, a nova mãe Diná

Os Economistas do mundo inteiro são acusados de incompetentes por não conseguirem prever o futuro. Na verdade, isso é culpa de alguns Engenheiros, Sociólogos e Jornalistas que fazem - quando fazem -, uma especialização em Economia e começam a trabalhar como tal. 

Como futuro Economista, e com essa pecha já intrínseca no meu ser(!), vou aproveitar para fazer algumas previsões. E em uma área que não é a minha, mas que acompanho a pelo menos uns 20 anos: A política. 

Vamos lá e podem me cobrar depois:

Previsão 1: Marina Silva, aproveitando seu momento político, vai ficar em cima do muro e não declarará apoio nem em Serra nem em Dilma;

Previsão 2: Weslian Roriz terá 40% dos votos em Brasília, apesar de não conseguir expressar claramente 40% dos seus raciocínios(?);

Previsão 3: Serra terá 39% e Dilma 52% na próxima pesquisas do IBOPE e do Datafolha;

Previsão 4: Serra abordará no debate o tema do aborto. Já Dilma falará das privatizações;

Previsão 5: A eleição para presidente de 2010 será a mais apertada da história;

Previsão 6: Tiririca não terá problema algum em escapar da acusação feita pelo MPE e assumirá o cargo de deputado federal;

Previsão 7: O Corinthians fará jus a sua história e passará o ano do centenário "sem ter nada". Esse foi só pra provocar um guardanapo(?) que é fã desse blog;

Previsão 8: Os temas da eleição de 2014 serão: Reforma tributária, da previdência, trabalhista, a liberdade de imprensa, aborto, taxa de juros e segurança. O PCO continuará a brigar por Salário, Trabalho e Terra e o Zé Maria será o candidato pelo PSTU;

Querem saber quem vai ser o novo presidente? Perguntem aos sociólogos, aí já demais para um futuro economista.

Vaidades presidenciáveis

Gosto de andar bem vestido e elegante. Também escolho perfumes, condicionadores, hidratantes e tenho uma terrível mania de comprar desodorante toda vez que entro em uma farmácia.  


E a minha relação com os estudos? Estudo porque tenho um projeto de vida e quero entender muito bem daquilo que faço. Só que também estudo porque odeio ver alguém tirar nota mais alta que a minha. Essas são algumas de minhas vaidades. Vaidades que só afetam a mim.

Com todos é assim, inclusive com os candidatos a presidência da república. Não que eles sejam compulsivos em comprar desodorantes, mas porque consideram que tudo de bom no país seja fruto das suas virtudes. Aliás, esses dois que vão ao segundo turno, sofrem da síndrome da vaidade alheia. Se eu fosse o Lula ou o FHC iria bater no fórum para pedir indenização por apropriação indébita.


Imaginem, não tem ao menos procuração para isso. Discutem quem é o rei da sabedoria econômica, quem ajudou mais os pobres e até quem ofendeu mais o povo brasileiro. Só não debatem que é o mais feio porque seus marqueteiros não deixam. Eles sabem que iríamos ao 100º turno e não resolveríamos o assunto.

Lula, se referindo aos antigos "bolsa alguma coisa", disse que era esmola ao povo. Isso quando era um cara da oposição. Lula, já no governo, unificou os "bolsa alguma coisa" em um bolsa família. Assim, afirma estar erradicando a pobreza. Presidente, dando esmola? A esmola se tornou o programa mais importante do seu governo. 



O Bolsa-família, que é considerado o melhor programa de distribuição de renda do mundo, é de extrema ajuda a quem ganha meio (para ser otimista) salário-mínimo. Isso é fato. Ponto para o Brasil, não para Lula. 

FHC, que também chamou os seus "bolsa alguma coisa" de esmola, ao tentar fazer a reforma da previdência, disse que os aposentados eram vagabundos. Reforma da previdência? Pra que presidente? Pra pagar os futuros  vagabundos ou para manter a pensão dos vagabundos atuais?



O Plano Real, de sucesso incontestável, controlou a inflação. Inflação prejudica mais os pobres do que os ricos, isso é fato.  Ponto para o Brasil, não para FHC. 

Existem vídeos no youtube que incriminam e valorizam as atitudes dos dois. A grande questão é: POUCO IMPORTA QUEM É O PAI DA CRIANÇA OU QUEM INVENTOU A LÂMPADA. Essas vaidades não são como as minhas. A minha só me prejudica, a de vocês prejudica mais ou menos, umas 200 milhões de pessoas.


Os pupilos, Serra e Dilma, perdem um enorme tempo discutindo vaidades dos seus antepassados e esquecem do que realmente importa. O que vamos fazer daqui pra frente? Por que o meu projeto é melhor que o seu? Essas respostas raramente são proferidas. 

Serão, esses presidenciáveis, eternos coadjuvantes ou protagonistas de seus próprios governos?  Vão fazer algo de útil ou não nos próximos quatro anos? Por enquanto, eu ainda não sei, pois, não vi debates, vi batalha de vaidades.


Não! Não precisamos dessa batalha. Precisamos de um projeto para o Brasil. Alías, vocês concorrem a presidente do Brasil, lembram? 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Enfim, uma boa notícia

O que deve ser discutido pelos presidenciáveis nos próximos dias

O debate que deve ser travado no segundo turno deve ser mais, digamos, prático. Questões como liberdade de imprensa e o aborto sempre serão debatidas, mas o que eu, pelo menos, espero deles são outros assuntos:

1) O custo país. O que fazer para diminuí-lo?
2) Como tornar as empresas brasileiras mais competitivas?
3) E o Dólar, que está ladeira abaixo, o que fazer?
4) E a reforma tributária?
5) E a reforma Política?
6) As políticas sociais. Elas serão eternas ou vamos resolver mesmo o problema?
7) E a Saúde, que está uma porcaria, o que fazer?
8) A política externa. Estamos indo bem ou precisamos mudar radicalmente de rumo?
9) E o Brasil, vai ou não ser protagonista de uma Revolução Econômico-ambiental?

São esses, e mais um monte, os temas principais. Essas respostas são as que precisamos ouvir.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Liberdade de imprensa

Esse texto é do tipo "direto ao ponto". Uma opinião que, apesar de eu não ter idéia fixa, está consolidada nos meus princípios e dificilmente irá mudar. A liberdade da imprensa, consiste nela dizer o que bem entender, sem qualquer "controle social" ao contrário do que propôs o Governo Lula. 

Antes, porém, vou explicitar alguns conceitos que são importantes para a compreensão do que será escrito:

Elite: É a parte da sociedade que se faz representar, INDEPENDENTE da quantidade de DINHEIRO que seus membros disponham. Ou seja, assim como a Veja, Carta Capital, PT e PSDB fazem parte da elite, o MST, ONG's, Greenpeace e Sindicatos também estão nela incluídos.

Empresa privada: Associação que permite a criação de uma pessoa de personalidade jurídica visando o lucro e que, com a morte de um de seus membros, essa pessoa jurídica não faleça junto com seu  dono.

Mídia: É o canal de comunicação, qual seja: Internet, Rede de Televisão, Rádios, Outdoor, etc.

Imprensa: Aquele ou aquela que faz cobertura de cunho jornalístico, e outras funções visando a informação.

Ao texto então:

Em Agosto desse ano, fui a um simpósio promovido pelo Curso de Direito da Universidade Católica de Brasília, da qual sou aluno, que era intitulado: "Mídia e Democracia".

O Simpósio não era um debate e sim uma aula explicando como e porque a mídia deveria ser controlada. Argumentos foram expostos. Os principais: A imprensa, vem de the Press, expressão inglesa para designar aquele que imprime. Imprime uma opinião. Ainda, a imprensa da forma como existe no Brasil só exibe a opinião das elites brasileiras e dos donos da empresa que está por detrás dela.

A forma de controlar esse abuso, seria transferir a um órgão governamental, o direito de avaliar o que deveria ou não ser publicado e, de acordo com o abuso, penalizar a empresa com a perda da concessão. Eu não concordo com isso e esse é o ponto. Não há que se discutir se é ou não uma opinião impressa, desse ou daquele grupo econômico, se é ou não verdade ou mentira, se defende ou não os comunistas ou os neoliberais. A questão é de se colocar "alguém" para limitar a liberdade de expressão da imprensa.

O Presidente Lula repete várias vezes que: "nunca antes na história desse país houve tanta liberdade de imprensa". O que ele não fala é que há no seu partido uma vontade extrema em fazer um "controle social" dela. E quero deixar bem claro, eles têm todo o direito de pensar assim desde que assumam.

Leia-se, a imprensa nunca foi tão livre desde a Constituição de 1988 e o "nunca antes", que profetiza o Presidente, é a divulgação da informação pela mídia, pelo canal de comunicação. Isso não é nenhum mérito de vossa excelência, não. É sim fruto da globalização, da internet, tv, rádio, ou seja, da mídia. As informações chegam mais rápido porque temos iphone, ipad, notebook, netbook, sms, blog, jornalismo eletrônico, e o escambau a quatro. Hoje temos o acesso à informação muito mais ampliado do que antes. As informações chegam mais rápido, mas não porque Lula ampliou a liberdade dos meios jornalísticos e sim pela evolução e democratização dessas tecnologias.


Como provo a vontade de controlar a imprensa? Reproduzo abaixo, parte do Plano Nacional de Direitos Humanos, assinado por LULA ano passado:

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NO PNDH 3, DE 2009


Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos.

Promover o respeito aos Direitos Humanos nos meios de comunicação e o cumprimento de seu papel na promoção da cultura em Direitos Humanos.

a)Propor a criação de marco legal regulamentando o art. 221 da Constituição, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados, como condição para sua outorga e renovação, prevendo penalidades administrativas como advertência, multa, suspensão da programação e cassação, de acordo com a gravidade das violações praticadas.

b)Promover diálogo com o Ministério Público para proposição de ações objetivando a suspensão de programação e publicidade atentatórias aos Direitos Humanos.

c) Suspender patrocínio e publicidade oficial em meios que veiculam programações atentatórias aos Direitos Humanos.

d)Elaborar critérios de acompanhamento editorial a fim de criar ranking nacional de veículos de comunicação comprometidos com os princípios de Direitos Humanos, assim como os que cometem violações.

Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação.

a)Promover parcerias com entidades associativas de mídia, profissionais de comunicação, entidades sindicais e populares para a produção e divulgação de materiais sobre Direitos Humanos.

c)Incentivar a produção de filmes, vídeos, áudios e similares, voltada para a educação em Direitos Humanos e que reconstrua a história recente do autoritarismo no Brasil, bem como as iniciativas populares de organização e de resistência.


Não entendo que diabos é "controle social", "Ranking de violação" ou ainda, "Controle Editorial". 

Apenas fazendo uma comparação. Você, caro leitor, acha que os Direitos Humanos teriam permitido publicar a reportagem - mentirosa como diz Mino Carta -, que derrubou a Ministra da Casa Civil? Claro que não.

Certamente, a Veja ponderou: "Se eu publicar isso, posso ter um faturamento alto com a venda da edição. No entanto, posso pagar uma indenização absurda e perder futuras vendas caso a reportagem seja comprovadamente inverídica. Nesse caso, eu opto em publicar porque sei que é verdade". Na opinião do dono da revista, é claro. Ainda, a reportagem não foi considerada mentirosa e Erenice Guerra foi demitida.

A revista, que visa o lucro, é que tem que decidir se vai ou não publicar, e não o governo. Ela corre o risco de ser censurada pelo público, esse sim legítimo para fazê-lo. E a punição? Reparação de danos por calúnia, difamação e o direito de resposta são assegurados  em lei. O judiciário é o órgão punitivo.

"Mas o judiciário têm corruptos e isso nunca acontecerá." Claro, têm corruptos, assim como na sua família. Mesmo assim, acredito nas instituições porque tenho certeza que a corrupção não atinge a maioria!

A imprensa tem que publicar o que bem entender, correndo o risco de ser punida, assim como eu posso roubar um banco amanhã e correr o risco de ser preso. O judiciário estará aí para punir. Quando eu penso em roubar um banco, pondero: "A chance de ser preso é tanto, a de sair ileso é tanto. Analisando o custo benefício e levando em consideração meus princípios opto por não roubar". 

Como disse no texto abaixo, sobre Dilma e o aborto, não tenho idéia fixa. Leio a revista Veja sabendo que ela é contra o governo, assim como leio a Carta Capital sabendo que ela defende o governo, daí tiro a minha conclusão sobre o assunto. O censor sou eu, tanto que, apesar de ler a "cartilha capital", não a compro, leio na internet. Quando compro, compro a Veja.

Quem censura é o publico. Ele tem que avaliar o que lê e tirar conclusões. Se infelizmente não o faz, não tem que ser o governo a dizer o que é melhor para acreditar. Entenderam?

Abaixo reproduzo um abuso da imprensa que pode ser severamente punido:



Não gosto de Netinho de Paula e acho(não sou a mãe de Diná) que seria um péssimo senador. Sou fã do programa CQC, mas sei que vez ou outra pisam na bola. No dia da eleição, O apresentador do CQC, Rafinha Bastos, insinuou várias vezes que ele bate em mulher, "que iria dar uma surra na marta", "Que era para as jornalistas tomarem cuidado com ele". O que fazer? Netinho, vá à justiça estadual e peça direito de resposta e reparação por danos materiais e morais. O problema é que o passado o condena, como admite um aliado de campanha. Vejam:



Rafinha Bastos e o CQC tem todo o direito de perguntar, pois, a maioria de quem assiste o programa, espera aquilo deles. É como tem lucro e a audiência comprova isso. Eu, no entanto, achei que eles foram além do que espero, apesar de ser conhecido o fato do candidato ao Senado ter batido na ex-esposa, como afirma uma eleitora e um Senador aliado.


o que tenho certeza, e esse é o tema do texto, é que os Direitos Humanos - seja lá quem estiver dizendo o que ele é -, não iria permitir que tal reportagem fosse publicada. Eu tenho uma opinião, o Zé da padaria tem outra, e não vai ser o Dirceu do  governo que tem que dizer o que vai ser censurado.

Enfim, essa é a opinião desse Blogueiro. Ninguém tem que censurar por nós. Esse papel é nosso.