quinta-feira, 17 de junho de 2010

A cruel realidade brasileira da falta de empreendedorismo


No post anterior, citei reportagem do portal Conjur, com informações da Assessoria de Imprensa da OAB, que a Polícia Federal desbaratou uma quadrilha que fraudava concursos públicos a mais de 16 anos. No caso, tivemos ainda, criminosos que não tomaram posse do cargo - quem compra o gabarito também é criminoso - e que reivindicavam indenizações milionárias na justiça. Não fosse a ação da PF eles teriam recebido a grana. 

A despeito do fato lamentável, a reportagem é importante para navegarmos em um lado, digamos, de políticas públicas mal feitas, ao meu sentir, com o incentivo feito pelos governantes de fazerem de tudo para que nossos talentos queiram sempre trabalhar para o governo.

Quem gera emprego e renda, na minha opinião, com muito mais força é o empresário. É assim em todo mundo. O que faz uma pessoa pagar R$ 150.000,00 em um gabarito de concurso público? Esse jovem não aprendeu nada na faculdade sobre um tal "espírito empreendedor"? A maioria não aprende e não é estimulada a isso. Por que não abrir um negócio? Ganhar a vida como empresário ou profissional autônomo? 

Abrir um negócio no Brasil, além da falta de competência do governo em incentivar o empreendedorismo, é além de tudo muito difícil e arriscado. Demora-se muito para abrir um empresa. As regras não são claras. Existem um monte de riscos jurídicos envolvendo o assunto e, ainda, se o jovem empresário quiser fazer tudo conforme a lei, pagará um monte de impostos que "comerão" o lucro da sua jovem empresa. Fora isso, o risco trabalhista é absurdo. O trabalhador nos Trt's da vida, sempre, ou melhor, quase sempre tem a razão.

O que faz então quem tem algum juízo? Estuda um pouco e vai trabalhar para o estado. Protegido por um lei absurda como a 8.112/90 que,  depois de 3 anos, ele passa a ser estável. Traduzir estabilidade, a luz dessa lei, é dizer que o empregado do governo só é mandado embora se fizer, para dizer pouco, merda ao triplo. E sou otimista.

Desse jeito não tem PAC, PEC, PIC, POC que dê jeito. Vamos acabar todos tomando no PUC.

PS: Envergonho-me de saber que uma pessoa, como na reportagem, é capaz de pagar cinco anos de faculdade de Direito e depois pagar mais R$ 50.000,00 para fraudar o exame da OAB. Esse é mera verificação dos conhecimentos dos cinco anos de faculdade. Belíssimos advogados estamos formando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário